AG de 2 de Junho

Decorreu esta noite, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, a assembleia geral cujo único ponto de deliberação era a delegação da AG para o Conselho Leonino (CL) da decisão sobre a venda do património não desportivo do complexo Alvalade XXI, nomeadamente: o Edifício Visconde de Alvalade, Alvaláxia, Holmes Place e Clínica CUF.

Por uma larga maioria (76%) a proposta foi aprovada pelos Sócios do Sporting e, deste modo, será o CL a tomar a decisão da alienação por parcelas do património não desportivo. Digo “tomar a decisão” porque é evidente que a venda está já aprovada, não fosse o CL constituído na sua larga maioria por elementos da Lista de Soares Franco e, como tal, apoiantes do projecto de alienação.

A Assembleia em si correu de forma serena, salvo um ou outro caso excepcional (principalmente quando o nome de Godinho Lopes veio à baila) e é de elogiar o modo como o “estreante” Rogério Alves a conduziu.

Numa fase inicial, Soares Franco apresentou as linhas gerais do seu projecto e, posteriormente, deu-se voz aos sócios para opinarem sobre o mesmo. Desta vez, considero que ninguém se pode queixar de não ter tido tempo para falar. Toda a gente disse o que tinha para dizer, quer fosse a favor quer fosse contra a ideia da Direcção.
Das intervenções dos sócios destaco pela positiva as de Eduardo Barroso e a de um elemento do actual Conselho Fiscal do qual não consegui apanhar o nome. Foram duas participações que responderam à letra àqueles que dizem que os elementos actuais dos Orgãos Sociais Leoninos não nutrem sentimento pelo clube e que só vêem negócios à frente. Pela negativa vou ter de destacar a intervenção de Luís Aguiar de Matos, alguém que ainda não deve ter percebido que as eleições já passaram há um mês e que subiu ao palco para fazer o que mais parecia campanha eleitoral.
Por outro lado foram levantadas questões bastante pertinentes por alguns associados, como por exemplo, João Rocha que confrontou a direcção com o facto de existirem 15 empresas, 15 conselhos de administração, e 15x salários a elementos desses conselhos de administração no Grupo Sporting. Soares Franco respondeu o que já sabemos, que a reestruturação do Grupo Sporting já está desenhada e brevemente irão haver novidades.
Uma situação inesperada (pelo menos, para mim) foi a subida de Jorge Gonçalves ao palco para assumir as suas responsabilidades na subida vertiginosa do passivo na altura em que ele foi presidente. Apesar de já ter passado mais de uma década, não deixa de ser louvável essa atitude.
Finalmente, foram diversas as intervenções de sócios a dizer que era uma “pouca-vergonha” estar a ser deliberada uma delegação da decisão para o CL em vez de estar a ser decidida a alienação per se pela AG. Das duas uma, ou eu não atingi muito bem o âmbito desta sessão ou então esses senhores não captaram a ideia de que os Sócios é que decidiam se o CL ia deliberar ou não. Modéstia à parte, acho que atingi minimamente o âmbito da sessão… Não se mudaram estatutos nesta AG portanto não foi aberto qualquer tipo de precedente com esta decisão. Assuntos relevantes são decididos pelos sócios em Assembleia Geral e mais nada!

A alienação do património não desportiva e os seus moldes serão definidos num prazo máximo de um ano. É uma medida que muitos não gostam mas na minha opinião é necessária. O Sporting está endividado à séria com os bancos, precisamos urgentemente de fundos para diminuir essa dívida e, muito honestamente, prefiro manter as modalidades e os atletas que temos em vez do património não desportivo.

Ps: Destaque mesmo muito positivo também para a menina loirinha do bar! Ai ai...