02 September 2006

Um olhar sobre o Caso Mateus (cont.)

O artigo que o Expresso publica hoje em primeira página é, no mínimo, assustador. De acordo com o que o semanário de Henrique Monteiro apurou, na próxima segunda feira chegará a um ultimato à FPF: Ou o Gil Vicente desiste dos tribunais civis ou todas as equipas ou selecções nacionais ficam suspensas das competições internacionais a partir de 15 de Setembro. Além disso, o Gil Vicente deverá ser punido pelas instâncias desportivas. A carta da FIFA ajudará a FPF a fundamentar o pedido de interesse público sob o argumento que a participação das equipas portuguesas em risco. No entanto basta que o Gil Vicente não desista dos recursos para os tribunais civis nos próximos 15 dias que ninguém vai às competições europeias.
Se esta situação vier realmente a ocorrer as consequências poderão ser nefastas para os clubes envolvidos, mas também podem ser benéficas para o futebol português.
Ora vejamos, o Caso Mateus não é mais do que uma “gota de água” no oceano de vergonhas em que o futebol português se tornou nos últimos 20 anos. O mesmo futebol em que apareceu o Apito Dourado, o mesmo futebol que permitiu a Valentim Loureiro fazer parte de uma lista para a Liga apesar de estar envolvido no Apito Dourado, o mesmo futebol onde apareceram pérolas como as viagens de Carlos Calheiros para o Brasil, o Guarda Abel, o caso N’Dinga, o caso Paula, entre tantos outros. Todos estes casos surgem com um denominador comum (isto para além de terem sido sempre “esquecidos”): As pessoas que estavam à frente dos órgãos directivos. Independentemente do caso Mateus provocar o cataclismo expectável, é necessário que os poderes instalados nas últimas 2 décadas desapareçam o mais depressa possível. O Futebol, por ser um desporto que movimenta milhões e milhões, é também um desporto em que o poder é muito apetecível, pelo que não podemos continuar a permitir que os detentores desse poder criem os vícios que latentes no cenário futebolístico nacional. É necessária uma limpeza geral na Federação e na Liga, é necessário que estas pessoas saiam do futebol português para sempre e, acima de tudo, é necessário que as alternativas que surjam não sejam simplesmente “moscas diferentes para a mesma m*rda”, como aconteceu agora recentemente com a eleição da direcção da Liga. Além disso é necessário impedir que as mesmas pessoas se candidatem a determinados cargos por mais do que um período de tempo pré-definido.
Precisamos de uma mudança radical e essa tem de ocorrer o mais depressa possível. Só assim é que o nosso futebol poderá a passar ser sério.

1 comment:

Bigmac said...

Uma limpeza mas antes com obséquio de se apelidarem alguns nomes, aqui fica uma resenha poética de nomes apelativos:

INSULTOS POÉTICOS

Saudações,

Bigmac