Sporting 0x1 Bayern: Imerecido

Escolho a palavra imerecido por ser um adjectivo menos forte que injusto. A coesão defensiva que o Bayern apresentou quando estava com 10 e a consequente lentidão dos nossos atacantes fazem com que este resultado não seja injusto, mas o Sporting talvez merecesse um pouco mais.

Os nossos primeiros 25 minutos nesta partida foram para esquecer. A equipa estava um pouco presa de movimentos e com a linha defensiva posicionada muito atrás no relvado, o que potenciava que os médios do Bayern conseguissem ganhar muitos espaços no nosso meio campo. Por volta dos 20 minutos, aconteceu o imperdoável, Schweinsteiger teve todo o espaço e tempo do mundo para preparar o seu lance de referência e, obviamente, não desperdiçou. O Sporting sofreu um golo por mera estupidez, estávamos mais que avisados para este perigo específico e não soubemos marcar o Schweinsteiger quando devíamos…

O lance do golo alemão serviu para acordar o Sporting, tornámo-nos mais agressivos na disputa de bola e conseguimos encostar o Bayern às cordas. Houve algumas hipóteses para o “Knock-Out” mas os nossos avançados ou não escolhiam a melhor das hipóteses (ex.: remate cruzado de Carlos Martins à entrada da pequena área quando tinha Alecsandro isolado frente à baliza), ou encontravam um opositor de respeito à frente (ex.: remate de Liedson para a melhor defesa da noite, de Kahn). Foi o melhor período do Sporting e onde os contornos daquele que seria o resultado mais justo, começaram a ser desenhados.

Para a segunda parte, era expectável que o Sporting mantivesse aquela agressividade emotiva do final da primeira parte, mas isso não aconteceu. Tivemos uma estratégia atacante mais planeada e ainda beneficiamos da expulsão de Schweinsteiger, o que fez com que o jogo passasse a ter sentido único. O Bayern estava a defender com toda a equipa e a consequência directa desse facto foi que a maior parte das nossas oportunidades de golo partiram de remates de fora da área, principalmente por Rodrigo Tello (2 ou 3 vezes), Yannick Djaló e, acima de tudo, Anderson Polga, que viu o poste da baliza de Kahn a negar-nos o empate.

O Sporting podia (pelo menos) ter empatado este jogo e o resultado acaba por ser inglório. Mostrámos mais uma vez que temos equipa e, pessoalmente, acredito que ainda possamos qualificar-nos para a segunda fase, isto apesar das contas terem ficado muito mais complicadas após esta jornada. Tenho um enorme orgulho na nossa equipa e consequentemente tenho fé!

Uma última nota: Oliver Kahn, no alto do esplendor dos seus 36 anos de experiência, de carisma e de qualidade, deu hoje uma amostra de que é também um hino ao anti-jogo. É normal que as equipas percam algum tempo quando estão em vantagem, mas hoje Kahn conseguiu demorar eternidades em cada pontapé de baliza… Vergonhoso… Por momentos, julguei que o guarda-redes não era do Bayern mas sim de um clube qualquer do meio/fim da tabela da Liga Portuguesa… Além disso, aconselho a equipa bávara a procurar um novo preparador físico, tal foram as prolongadíssimas lesões que Sagnol sentiu na recta final da partida… (ironia).