05 September 2007

Elucidativo

É um bom adjectivo para caracterizar o conteúdo do comunicado oficial que a Comissão de Arbitragem publicou hoje com a intenção de esclarecer o lance polémico do Porto-Sporting. Do mesmo modo, “tentativa de passagem de um atestado de estupidez às pessoas”, também seria uma excelente definição para o mesmo comunicado, mas seria um título demasiado grande para este post...
Ora bem, neste comunicado a Comissão de Arbitragem (presidida por Vítor Pereira) apresenta um conjunto de leis que são do conhecimento geral de quem acompanha a modalidade e, posteriormente, cita a seguinte deliberação e consequente conclusão que descreve quase na plenitude o que se passou no Dragão:
Situação - “Um defesa entra em tackle por detrás sobre um adversário que conduz a bola, conseguindo desarmar o adversário, indo a bola na direcção do guarda-redes.
Conclusão – Competirá ao árbitro decidir se a bola foi atirada deliberadamente em direcção ao guarda-redes para que este a possa agarrar e punir se o fizer.”
Logo de seguida, Vítor Pereira e companhia escrevem: “Em conclusão, entende a Comissão de Arbitragem da Liga que se um defensor efectua um pontapé que leve a bola no sentido da linha de baliza, seja esse pontapé um corte ou um passe, pode ser punido com pontapé-livre indirecto, no caso de o guarda-redes tocar a bola com as mãos."
Uma vez que há tanta coisa para dizer sobre esta suposta lei, consequente interpretação e conclusão da Comissão de Arbitragem em relação à sua aplicabilidade ao jogo do Dragão, deixo aqui umas notas por pontos:
1. Existirem leis subjectivas numa modalidade que possui regulamentos e deliberações para tudo e mais alguma coisa é, no mínimo, imbecil;
2. O corte que o Anderson Polga efectua sobre o Postiga é feito em carrinho e em esforço, considerar que isso pode ser um atraso deliberado para o Stojkovic ultrapassa as fronteiras da subjectividade da interpretação do árbitro.
3. O corte vai, quanto muito, na direcção do Tonel, e este é que decide deixar passar a bola para o nosso Guarda-redes. Como é que um lance em que a bola não vai originalmente para o Stojkovic pode ser considerado como um passe para este? Querem ver que nos milésimos de segundo em que o Polga faz o lance, teve o discernimento de pensar: “Epah, entro em carrinho, saco a bola ao Postiga, o Tonel vai levantar o pé e ela vai descansada para o nosso redes”.
4. A direcção em que é efectuado o corte não é totalmente “por detrás” como diz a deliberação, mas sim pela lateral. A bola foi para a baliza como poderia ter ido em direcção à bandeirola de canto. Mais uma vez, considerar que o corte do Polga foi um passe intencional para o guarda-redes é assumir que o nosso central tem capacidades sobre-humanas;
5. Este comunicado só não é surpreendente por três razões:
5.1 Porque o clube lesado foi o Sporting;
5.2 Porque é responsabilidade de um tipo que subiu na vida nos tempos áureos das actividades que deram origem à operação Apito Dourado;
5.3 Porque o árbitro em causa é o benjamim do Vítor Pereira. Inacreditavelmente, até foi considerado o melhor árbitro de 2005-2006 pelo que o seu líder não o poderia criticar. Afinal de contas ele até acabou de mostrar que tem a lição bem estudada: Favorecer os Azuis e Brancos, para manter a tradição dos últimos 25 anos.
6. Onde é que está a sanção ao Pedro Proença por demonstrar publicamente que desconhece as regras do jogo? Na última Liga dos Campeões Africanos, um árbitro foi suspenso por 1 ano por bem menos
7. Vítor Pereira: Se ainda te resta alguma honra, DEMITE-TE!

5 comments:

Peyroteo said...

Mas pela lei, e sem dúvidas, podia ter marcado 2 vezes livre indirecto, por o Hélton demorar mais de 6 segundos a soltar a bola!
Aqui basta o relógio contar 7 segundos para legitimar a decisão do árbitro; mas Proença não quis!

LF said...

Um olhar lampião sobre os 7-1 de 1986.

Leiam, recordem e vejam os golos em

www.vedetadabola.blogspot.com

RG54 said...

Mística, correndo o risco de já muita gente saber disto, deixa-me referir o que ouvi na Bola Branca da RR às 12,50. Manuel Diaz Vega, Director Técnico do Comité de Árbitros de Espanha entrevistado pela RR disse que e cito... "não havendo intencionalidade no passe, não há qualquer direito (o árbitro não "podia") de marcar a falta".Se dúvidas houvesse sobre o que está por trás do comunicado do nojento do Vítor Pereira, penso que ficariam esclarecidas depois disto. Não são os sportinguistas que se queixam por serem "queixinhas", como dizem lampiões (alguns, justiça seja feita) e tripeiros, são todos aqueles que querem ser regidos por leis iguais para todos, sem que tenham de se sujeitar à arbitrariedade e desonestidade daqueles que subiram na vida à custa dos favores que fizeram aos seus "donos". Desculpa se isto está escrito de forma algo confusa, mas está a ser difícil controlar a indignação. Saudações Sportinguistas e Viva o Sporting.

Mistica Verde said...

Ainda não sabia dessa... Com que então Portugal agora até possui leis próprias para o Futebol?! Parafraseando as 3 amigas: Há coisas fantásticas, não há?

A decisão do Proença, o branqueamento do lance pela sempre medíocre comunicação social, as declarações do Proença, as hilariantes declarações do J.Q. Manhoso e agora a reacção do Vítor Pereira são o reflexo do país onde vivemos. Pardon my french: Esta merda é mesmo uma República das Bananas!

Palhaçada....

Visconde said...

Realmente a palavra DELIBERADAMENTE (passar a bola...) é dificil de entender para V. Pereira e sus muchachos...
Assim como corte ou passe significa a mesma coisa...
Enfim!!!!!!