20 February 2007

Mudanças Culturais

Sporting Clube de PortugalPronuncio-me hoje pela primeira vez acerca da “necessidade de mudança cultural” referida por Filipe Soares Franco ao Público no início deste mês. Em relação a este assunto, sou absolutamente contra qualquer estratégia que implique que o Sporting deixe de deter a maioria do capital da SAD.
De acordo com os dados que disponho, o Sporting e a SGPS detêm, em conjunto, 78% do capital da SAD, sendo que, desde as eleições de Abril, que se sabe que o Sporting tenciona reduzir a sua participação. O que nunca foi equacionado nessa altura foi a cedência da posição maioritária e isso, para mim, está fora de questão.
Compreendo plenamente que apenas essa cedência possa atrair investidores “interessantes”, mas associado a essa cedência vêm riscos, entre os quais a potencial perda de poder dos sócios na delineação das estratégias do clube e, em relação a isso, sou absolutamente contra.
Se vamos reduzir a participação, que assim seja, mas o Sporting, directa ou indirectamente, deverá deter sempre a posição maioritária. 51% no mínimo.
Acerca das entrevistas do Veiga no passado fim-de-semana, leiam esta
notícia do Correio da Manhã. É muito interessante, especialmente o 5º e o 6º parágrafo. Mas claro, para muito boa gente que anda por aí, o que interessa é o que sai da boca do Veiga, o bicho credível…

5 comments:

Nuno Moraes Bastos said...

Mística Verde,

VEIGA - A notícia do Correio da Manhã ("ele há cada surpresa") não podia ser mais explícita. Mas cada um acredita no que quer...

SAD - A possibilidade de influir na administração da SAD através do Clube existe mas não pertence (que não em termos teóricos) aos associados. Atenta a progressividade dos direitos de voto (da qual não discordo) as forças mais conservadoras - mesmo se menos numerosas - manterão sempre o controlo real do Clube. Assim sendo, não me parece imprescindível que o Sporting mantenha uma posição tão significativa na SAD. Deixo, todavia, duas perguntas que desenvolverei futuramente em post (noutra "casa"): (i) caso ocorra a diminuição da participação da SAD, qual o destino final das receitas financeiras assim obtidas? (ii) no mesmo pressuposto e caso se torne necessário aumentar o capital (porventura para manter rácios de solvabilidade), quem me garante que o Sporting tem os meios financeiros para acompanhar esse aumento de capital?

SL

Mistica Verde said...

NMB, corrige-me se eu estiver enganado, mas tendo o Sporting maioria na SAD e exigindo os estatutos do Sporting que as decisões estratégicas sejam aprovadas em AG, uma cedência da posição maioritária na SAD implica que qualquer decisão futura em AG poderá passar a não ser vinculativa, correcto? Esse é o meu receio, que os sócios percam o poder da palavra.

D said...

http://www.voteyourteam.com/
VOTEMM!!!

Nuno Moraes Bastos said...

Depende do que ficou estabelecido em matéria de quorum para reunir e/ou de quorum deliberativo, o que francamente desconheço.

Mas para quem é que se quer abrir o capital da SAD? E com que garantias (não há almoços gratis...)?

Anonymous said...

Parabén pelo Blog. Ainda no CM de hoje podemos ver o caso do Bnefica onde Vale e Azevedo fez semelhante proposta, de contornos idênticos, e que foi chumbada pelos sócios. Foi o inicio do fim de Vale e Azevedo que mais tarde fora derrotado em eleições.